quinta-feira, 17 de maio de 2012

Rodeio: Sim, ela existe.

Com uma semana de atraso, a história da primeira vez que fui a Rodeio. Há quatro anos e uma semana... Também extraído do meu antigo blog.

"Una speciale Domenica...

Começo a escrever este texto em um dos laboratórios de informática da UNIASSELVI. Novamente os ônibus do Aterro estavam muito cheios e novamente cheguei atrasado aqui na universidade. Como a matéria da primeira aula - Organização, Sistemas e Métodos - é um saco e ainda posso faltar algumas vezes nela (e só nela), decidi matá-la hoje. Quero contar a história desse meu domingo, quando fui a Rodeio visitar minhas grandes amicis Rose e Tina... Sinceramente, minha memória não está muito boa hoje, mas tentarei escrever algo.

5 e 30 da manhã. O celular desperta. "Dio... o grande dia chegou...". Lá fora, tudo ainda está completamente escuro. Meu estômago começa a arder [sim, a ansiedade continuava...]. Como no dia anterior já tinha deixado minha mochila pronta, vou [tentar] tomar café. Minha mãe prepara duas fatias de pão com margarina e geléia de goiaba. Meu estômago dói, mas consigo comê-las. Ainda bem, pois o dia seria muuuito longo e cansativo. Escovo os dentes, troco de roupa, passo desodorante e perfume e tomo um copo de água. Pego rapidamente minha mochila. Me despeço da mãe desejando um feliz Dia das Mães e falando um "eu te amo" que há muuuuito tempo não falava.

Mesmo sabendo que ainda eram 5 e 55 e que o ônibus sairia do ponto final às 6 horas, desco a rua rapidamente. O céu ainda está escuro. Chego ao ponto de ônibus e sento. Um ônibus, vindo do terminal, pára no outro lado da rua e alguns moleques [razoavelmente bêbados] saltam. Meu ônibus chega. Vou ao último banco do ônibus e sento. Às 6 e 10, chegamos ao Terminal da Fortaleza. Meu ônibus, que ainda não chegou, sai somente às 6 e 30. Aguardo sentado em um dos bancos enquanto vários outros "moleques" chegam em um ônibus vindo do Terminal da PROEB. Estes não estão bêbados, mas, no mínimo, alegres demais. Às 6 e 15, o ônibus da Rodoviária chega. Entro e sento no último banco. Pego meu fone de ouvido e meu celular. Ajeito eles no meu casaco, ligo o rádio e fecho os olhos. Tiro uma soneca e acordo com o barulho do ônibus sendo ligado. Em 5 minutos, chegamos à rodoviária. Sento num dos banquinhos amarelos e espero. Continuo escutando música para ver se o tempo passa mais rapidamente. Às 6 e 50, o ônibus chega. Como ainda faltam 20 minutos para saírmos, vou ao banheiro, jogo um pouco de água no rosto e ajeito o cabelo. Depois de pensar um pouco na vida enquanto me encaro no espelho, saio do banheiro e vou ao ônibus. O motorista confere a passagem e entro. Assento 2, bem na frente. Espero mais um pouco.

7 e 10. O ônibus sai. Chegarei lá no Rio Morto em apenas uma hora. Elas moram próximo à BR, então saltarei a uns 200 metros da casa delas. Ou seja, será uma viagem tranquïla. Que engano o meu... Como a dor no estômago gerada pela ansiedade estava me deixando bem acordado, fecho os olhos e descanso sem medo de pegar no sono e passar do ponto. Passamos pelo Terminal do Aterro e entramos na 470. Várias pessoas, poucas sozinhas e muitas em família, embarcam. Chegamos a Indaial. Quando passamos pela Harpyia, começo a ficar mais atento à estrada, pois eu deveria dar um toque no celular das bambinas quando passasse pelo trevo de Indaial [que até então eu não sabia onde era]. Por volta das 7 e 35, avisto um grande trevo ["Deve ser esse..."] e dou um toque no celular delas. É o aviso para elas saírem de casa e irem ao ponto no lado da BR, pois logo eu deveria [deveriiiia] estar chegando lá. O ônibus não passa reto no trevo e entra em Indaial. Levo um pequeno susto, mas raciocino melhor e concluo que ele irá até a rodoviária e voltará para a BR. É isso o que acontece. Chegando novamente ao trevo, atravessamos a BR e entramos em Timbó. Penso que o ônibus fará a mesma coisa que em Indaial - irá até a rodoviária e voltará para a BR. Mas não é isso o que acontece....

 Roteiro original da viagem.

Na "rodoviária" de Timbó [o que parece qualquer coisa, menos uma rodoviária], uma mulher vestida de forma não muito descente entra no ônibus após ficar pamonhando do lado de fora [ela deu sinal para o motorista quando já estávamos saindo]. O ônibus manobra e começa a sair ... daquele lugar. "Beleza, agora ele vira à direita e volta para a BR". Que nada. Ele vira à esquerda, indo para o Centro de Timbó. "Dio, e agora???... Calma, talvez ele vá até algum próximo ponto e volte". Novamente: que nada. Cada vez mais, subimos no mapa. "OK, o ônibus não voltará para a BR aqui em Timbó, mas deverá fazer isso lá em Rodeio". Como existe uma rodovia que liga o centro de Timbó a Rodeio, concluo que ônibus passará ela, cruzando o Centro de Rodeio e saindo na BR, onde saltarei, voltando alguns quilômetros a pé [sim, a Rose e a Tina moram em Rodeio, mas antes do trevo de Rodeio, ali no Rio Morto, logo depois de Indaial]. Sossego no assento.

"Apesar disso tudo, ainda poderei conhecer boa parte de Rodeio". Na Rua Barão do Rio Branco, passamos próximo à Vila Italiana e pela Prefeitura Municipal. A Rose liga: "Onde tais?". "O ônibus veio por dentro, estou aqui no Centro de Rodeio". "Meeeeus Deus... tens um ponto de referência?". "Hum.. uma casa... casa... mais uma casa... outra casa... não, não tenho qualquer referência só vejo casas... mas o ônibus deve sair na BR, então ando até aí a pé". "Tá, a gente vai indo te encontrar." "OK, beeeijo...". Passamos por uma grande igreja e, logo a frente, começo a avistar o portal de Rodeio. "Beleza... estou quase lá...". Antes do portal existe uma rua que, pela sua direção, vai para Ascurra. E o ônibus entra nessa rua!!! "Agora phodeu... o quanto eu saltar, menos terei que andar de volta". Me levanto e páro ao lado do motorista. "Vai saltar?" [será???? dãr...]. "Sim, pode ser aí na frente, em qualquer lugar, já estou perdido mesmo".

Salto e a Tina me liga. "Onde tais?" "Acabei de saltar do ônibus aqui numa rua aqui antes do portal e que vai para Ascurra". "Noooossa... vamos na nossa irmã para ver se nosso cunhado pode ir pegar você". "OK, sem problemas". Tiro uma água do joelho num matinho ali perto e começo o martírio. Uns 300 metros até chegar ao portal de Rodeio. Logo depois de passar por ele, a Rose liga. Me fala quatro vezes [eu contei] que iria ao cunhado para ver se ele poderia me buscar. Ela me pede para ficar no acostamento da esquerda [provavelmente para me ver de dentro do carro]. OK, atravesso a rodovia e continuo andando. Mais 2 km e chego à 470. Continuo pelo acostamento da esquerda. São muitos os caminhões que passam. Tomo muito vento, fumaça e poeira no rosto. "Vou atravessar... mas tenho que ficar neste lado da rua... ok...". Ando, ando e ando. Observo as plaquinhas de quilometragem para saber quanto eu ainda devo andar. 6... 5... 4 km... Próximo ao final de uma reta, vejo duas pessoas à pé bem longe. "Será que são elas???... Mas parecem tão altas...". Elas atravessam a rodovia. "É, devem ser elas sim... mas essas mulheres parecem ser tão altas...". Já bem próximo delas, não restam mais dúvidas: são elas. Dou um abraço duplo nelas e continuamos a andar. Elas voltando. E eu prosseguindo. Ainda faltam uns 3 km...

Em azul, o percurso que deveria ser feito. Em vermelho, o percurso feito. Em verde, o que tive que andar."

Sim, não consegui concluir mais uma história...

Nenhum comentário:

Postar um comentário