quarta-feira, 27 de junho de 2012

O primeiro beijo

Opa, mais uma postagem para compensar o tempo ausente.
Bem, vamos relembrar o dia do primeiro beijo... 15/06/2008.
Mais uma loooooonga história extraída do meu antigo blog.

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Diferentemente do que disse aqui, eu não fiquei em Blumenau no final de semana.

Durante o começo da semana passada, acertei com elas que passaria o final de semana na casa delas e iríamos ver o show do Tradição à Tangefest no domingo a noite. Na quinta-feira eu dou para trás e digo que não vou mais. Mas na noite de sexta-feira, decido não fugir dos sentimentos [...] e mando uma mensagem para a Tina, avisando que iria lá, sem a Rose saber. Uma surpresinha básica.

Sábado. 9 horas. Vou para a última aula de "guidão". Meio-dia. Chego em casa, almoço, me arrumo e preparo minha mochila. 1 hora. Deixo o computador ligado [para a Rose pensar que estou em casa], saio e pego os ônibus de sempre até a Rodoviária. Lá, assisto um jogo de futebol na TV e compro um par de meias para ela [a lojinha não tinha luvas]. 2 e 15 horas. O Presidente sai. Pela quarta vez, tentarei saltar no lugar certo. Sentado no primeiro assento, tenho uma viagem tranqüila. 3 e 15. Salto no lugar certo, o motel próximo da casa delas. Ligo para casa: Mãe, pode desligar o computador. Hehehe...

Dou um toque para a Tina, avisando que estou chegando. Ela está na porta da sala de TV e pergunto baixinho onde a Rose está. Ela aponta para o quarto, mas diz que a Rose já sabe de tudo. Ahhhhhhhhh, num credo. Ela explica que a Rose viu a cara alegre dela lendo a minha mensagem. Então pegou ele a força e leu a mensagem. Tudo bem. Entro no quarto, a cumprimento e beleza.

Passamos a tarde conversando e vendo Orkut's alheios. A Rose retoca minhas unhas. À noite, vamos ao Pesque-Pague do Baldo [pertinho da casa delas] e comemos o grande e delicioso bandejão de batata, polenta e peixe fritos. Começa a chover exatamente quando pensamos em ir embora. Mas vamos assim mesmo. Após uns 200 metros pela 470, o Seu Baldo aparece de carro e oferece carona. Fazendo um pouco de contorcionismo, entramos no Pampa e seguimos para casa.

Esperando a Dona Célia abrir a porta, sinto um calafrio danado. É a morte, Rose fala. Nem queira saber do que estou morrendo Rose, nem queira.... Ainda é razoavelmente cedo e o Maicon [um anjo em pessoa, sobrinho delas] chama a gente para ver "as crianças desobedientes" na SuperNanny, algo que ele não é. Ma vala que não é... Não lembro se assistimos também a novela da Globo ou apenas a SuperNanny... Tudo bem. Lá pelas 10 horas [eu acho], pensamos em ir dormir.

Mas não... ainda está cedo e eu trouxe alguns filmes para assistirmos. Quero ver Por Água Abaixo, a Rose quer o S.O.S. do Amor, a Tina eu nem sei... Como já vi todos, decidimos [ainda sob meus pequenos protestos] assistir o que a Rose escolheu. Beleza. A Tina dorme já no começo do filme. A Rose e eu seguimos firmes e acordados até o final. É, e agora já é hora de dormir. Rezo o Santo Anjo com a Rose, e boa noite e até amanhã.

Nem lembro que horas acordei e o que fiz na maior parte da manhã de domingo [é...]. Pelas 10 e meia [eu acho], vamos à casa da Fernanda combinar como vamos à Tangefest em Apiúna à tarde. Ligo para a rodoviária de Indaial e confirmo: 3 horas o Presidente [sempre ele] sai de lá. Beleza. Voltamos e vamos ao cemitério do Rio Morto. Olhamos os túmulos, quase todos de gente que foi assassinada, atropelada e tal. Passamos pela antiga casa delas e pelo parquinho da escola. Parquinho? Opa...

Rose quer dar uma desaforada e vai no balanço. Tiro duas fotos idiotas dela [que não vou mostrar não]. A chamo para ir naquela rodinha que a gente senta e gira com os pés. Sabem né? Tipo esse aqui. Bah, pra que... Sujo meus pés na areia molhada. Paro e os lavo numa torneira ao lado da cancha de bocha. Rose me chama para ir à gangorra. Como tenho meia-bunda, consigo sentar no meio-banco que tem no meu lado. Brinquedo assustador, meu! Não lembrava que era tão alto. Mas foi bom. É... o brinquedo... eu num lado... e... bom... é... Vários pensamentos tolos passam pela minha cabeça. E nesses poucos segundos cai por terra o planejamento de um final de semana de, sei lá, esquecimento de certas coisas. OK, Tina nos caham para irmos embora. Pá... mas não lembro quando foi a última vez que brinquei assim... Lembro do Eu Aprendi, do Shakespeare: "... não importa quanta seriedade a vida exija de você, cada um de nós precisa de um amigo brincalhão para se divertir junto".

Tá, seguindo... Chegamos em casa e, como em todos os domingos, a família toda está reunida e há aqueeela barulheira. Muito bom. Apesar da pressa que a Tina tinha, não temos nada para fazer e o almoço ainda não saiu. Bah... certa hora me bate uma tristeza misturada com raiva de mim mesmo que me dá vontade de pegar um ônibus e voltar para casa. Seguro o choro. Larga de ser gay cara... Demora um pouco, mas a crise de emozice passa. Mais exatamente depois de eu pegar um Sol na rua, sentado numa pedra, almoçando com o Maicon, um gato e a cadela Preta ao meu redor. Depois, começando o esquenta, treino mais um pouco de dança com a Tina no quarto. Também mostro à Rose a interpretação de Juninho do Musicamp cantando Superstar [não achei a letra aqui no Google] que fiz no outro sábado aqui em casa, enqüanto esperava o Roger para ir à Thapyoka.

2 horas. Elas tomam banho, escolhem as roupas, arrumam os cabelos, se maquiam e etc. Básico. Minha vez. 5 minutos de banho, uma chacoalhada no cabelo, uns tecos de perfume no casaco e aquela chiringada de desodorante nos suvaquebs e pronto. O Adilson, irmão roqueiro delas, aparece na janela e fala algo sobre slatter, rock e metal. Fico curioso e sento em frente ao computador. Abro o Google e digito splatter. Garimpo alguma coisa de rock no meio de tantos resultados. A palavra gore chama a minha atenção. Tento splatter gore. Opa, agora temos coisas interessantes. Principalmente isto. Pulando as extremamente fortes, leio algumas "poesias" para elas. Talvez se impressionem com o romantismo exacerbado dos versos. Ainda mais se interpretados por mim... Ah sim, claro...

2 e 55. É hora de dizer tchau, é hora de dizer tchau... Vamos nos despedir do pessoal. Mas... cadê todo mundo??? A casa está vazia. Será que foram abduzidos por alienígenas??? É possível. Apenas o Seu Mário está em casa [para variar] e ele me olha com a cara fechada [ainda variando]. Beleza, vamos para o ponto. Eles sabem aonde estamos indo.Eu também sabia, apenas não tinha noção de tudo que aconteceria lá...

3 e 15. Estou apenas de camisa pois o Sol ainda dá uma boa quenturinha. Mas levo meu casaco já que ficaremos lá até de noite. Como [para ela] não sei carregar um casaco, Rose o leva. O Presidente chega. Embarcamos e sentamos na parte de trás do ônibus. Rose ao meu lado e Tina atrás de nós, guardando lugar para o Diegoso. Admiro os lugares até então desconhecidos para mim e converso com a Rose. Diegoso embarca e fica naquela melacera com a Tina. Mais uns minutos e chegamos. Desembarcamos e um cheiro de tangerina paira pelo ar. É, estamos na Tangefest, né?

Andamos um pouco e encontramos o lugar. Tina distribui os ingressos e entramos. Coisa razoavelmente bagaceira. Quem está acostumado com a Oktoberfest na Vila Germânica, acha estranho ir a uma festa cujo chão é de pedras soltas [algumas muitos grandes] e barro [que se transformou em lama com a chuva]. Mas é legal, me faz lembrar das ótimas festinhas da igreja e da escola aqui do bairro. Minha mãe ajudando na cozinha e meu pai na barraca da cerveja. Meu irmão e eu torrando os moneys na roleta de times de futebol, no bingo, na sacola surpresa e na pescaria. Mas, vejam bem, em nenhuma vez saímos com as mãos abanando, nenhuma. Sempre terminávamos a noite no lucro, sempre.

Continuando, vamos até perto do palco e voltamos. Encontramos a irmã do Diegoso com o marido dela e ficamos por ali. A primeira oferta de cerveja rola. Penso, lembro do baile em Ascurra, penso mais um pouco, olho para a Rose, penso mais "um muito"... Apesar do medo de que a história daquele baile se repita, aceito. Quer saber, que se phoda! Tomo um gole, e outro, e outro. Rose me repreende. Deixo o copo no chão pois não estava resistindo à tentação. Alguns minutos se passam e a Rose acha que está com o cabelo desarrumado. E realmente está... Como não há banheiros com torneira ali, compramos um água mineral. Depois de ela se arrumar, tentamos sair para conhecer a cidade. Mas a porcaria da festa [que já não tem torneiras] não deixa o pessoal sair e voltar sem pagar novamente. Então, damos um volta ali dentro na festa mesmo e olhamos as barraquinhas. Encontramos uma barraca de bebidas e chegamos perto. Como ninguém aparece para nos atender [elaia porcaria], voltamos lá com o pessoal.

Quem estava comigo na festa: corrigam-me se alguma das coisas a seguir tiver ocorrido de forma diferente. Vou falar do que me lembro.

Observamos a barraca de capeta e ela me seduz. Não consigo resistir. Compramos uma caipirinha de vinho. Bom é pouco. Ainda sóbrio, danço uma marchinha com a Tina. Depois, bebo um capeta de chocolate e outro de morango. Pareço um aspirador, secando os copos. Vamos lá para a frente, e começamos a nos enturmar para o show. Em poucos minutos, a cabeça começa a girar. Mais um pouco e uma dor de cabeça começa a me pegar. Não acredito, estou começando a ficar bêbado. Que vergonha. Coloco as mãos em frente aos olhos achando que isso tudo é um sonho. Olho para todos e Rose me olha rindo [eu acho] e diz para eu comer algo. Não, não... se eu meter algo no meu estômago agora... vix... deixa, logo passa... Que nada, o negócio piora. Não consigo mais fazer o "4" com as pernas. Pego meu celular e começo a jogar futebol para, sei lá, tentar ativar alguma parte "pensante" do meu cérebro. O Diego [eu acho] fica fechando o celular. Peraaaa... eu preciiiiso... Em dois jogos, não tomo gol, mas não faço nenhum, o que é um feito impossível para um viciado nesse jogo como eu. Rose pergunta novamente se quero comer algo. Hummmm... tá... Sentamos numa mesa e peço, com a ajuda dela, um pastel de frango com catupiry. Ela diz que me acha mais legal bêbado, pois fico mais engraçado. Hum, tá né... Enqüanto balanço o pastel, falo algumas besteiras. Nem cinco minutos se passam e Tina liga, nos chamando de volta. Dou apenas uma mordida no pastel e nos levantamos.
[mais detalhes sobre esse momento no fim da postagem] Como estou muito pra lá de Bagdá [agora, por dois motivos], Rose me guia em meio ao pessoal.

Chegamos de volta com a turma e ficamos lá, aguardando o show começar. Como estou voltando ao normal, quero beber mais, pois estava gostando da experiência. Rose me repreende novamente e deixo quieto. Alguns minutos se passam e bebida começa a querer sair. Mas como eu vou sair daqui com esse mundaréu de gente e ainda andando torto?... Mas não vou me agüentar até o final do show... Tá, vamos lá. Muito gentilmente e com um sorriso que não saia do rosto, aos trancos e barrancos vou andando e pedindo licença ao pessoal. TUF! [barulhinho de algo saindo "cuspido" de um lugar apertado]. Desemboco no lado direito, que está vazio. Agora tenho apenas eu para me segurar. Com a ajuda dos pilares, chego ao banheiro. É grande a vontade de parar ali dentro da cabine, sentar e rir, mas tudo aquilo fede demais! Saio e, como se todo o álcool fosse expluso do meu corpo junto com a "aliviada", novamente estou sóbrio. Após uns 10 minutos me espremendo em meio ao pessoal, consigo chegar à minha galerinha.

O show começa. Rose não consegue ver nada, como em quase todos os shows que vai. Então, depois de um tempo, saímos ali da frente e vamos para o fundo, aonde apenas a Fernanda e nós não estávamos ainda. Com muito espaço, podemos dançar bastante. É o que fizemos. E como dançamos. Booom... O show termina. Vamos comer um cachorro-quente. Rose come dois. O pai da Fernanda já está vindo nos buscar e a Rose sugere que vamos embora. Beleza, nos levantamos e começamos a sair. Cerca de 10 segundos depois, uma discussão que rolava perto de nossa mesa se torna uma briga, que sobraria para mim, já que estava no lado dos caras. Dio Santo, sou um chamariz de desavenças. Vamos embora, embarcamos no carro massa da Fernanda e voltamos. Chegamos em casa, tomamos banho e acertamos as contas da noite. Rezamos [nós três desta vez] o Santo Anjo e vamos dormir.

Tenho dificuldades para pegar no sono. Quando consigo, acordo em poucos minutos. A Rose também não está conseguindo dormir. Segundo ela, uma lua [que não vi] pega na cara dela. Quero conversar com ela. Mas não, não... Ela teria que acordar mais cedo do que eu na madrugada seguinte. Beleza. A partir da meia-noite, já mais sossegado, os intervalos de sono duravam aproximadamente uma hora. Meia-noite, 1 e 15, 2 horas, 3 e 15, 4 e 20. Opa, 4 e 20. A Rose acorda e eu não quero mais dormir, já que ela também não iria mais, pois logo teria que se levantar para trabalhar. Agora conversamos um pouco. A Tina se levanta. Rose e eu também. Enqüanto elas se arrumam, levanto meu colchão e adianto a arrumação da minha mochila. Coloco o cadarço em um dos tênis da Rose. Depois ela teve que recolocá-lo, pois deixei todo errado. Tá... Elas vão embora e fico sozinho num lugar "de estranhos". Eu sempre estive lá com as duas e, agora, apenas o Seu Mário e a Dona Célia estão na casa.

Às 6 e 15, me levanto [não "me acordo", pois sequer dormir]. Termino de arrumar a mochila, escovo os dentes, tento "desdesarrumar" o cabelo e dou bom dia para a Dona Célia [sim bambinas, bom dia]. Comento com ela que logo vou ter que pagar hospedagem aqui né... Enqüanto tomamos café, ela fala sobre bebidas. A bebida faz mal... é perigosa... faz a gente perder o medo de fazer as coisas... deixa a gente corajoso... e etc... Apenas concordando, seguro o riso. 6 e 40. Hora de ir embora. Dona Célia me acompanha até a rua. Agradeço por me suportar mais um final de semana lá e me despeço dela, que me convida para voltar outro dia. Valeu Dona Célia! Andando pela na BR, falo comigo mesmo: Deus, onde fui parar? São 7 horas da manhã de SEGUNDA, tenho que trabalhar às 8 horas e estou AQUI EM RODEIO! Caraca, que... maaaassa! Faz muuuito frio e no ponto de ônibus está dormindo um mendigo. Ele estava ali desde a manhã do domingo. 6 e 55, o Presidente [seeempre ele] chega. É, dá tempo. A Fernanda [que iria para a FURB] também deveria estar no ônibus, mas não encontro ela. OK. Sento no último banco e tento relaxar. Uma horinha para descansar. O ônibus pára a cada minuto e começo a pensar que ele não chegará a tempo em Blumenau. Às 7 e meia, ligo para o trabalho para avisar que talvez me atrasaria. Logo depois, a mãe me liga. As mesmas perguntas e orientações de sempre: Tudo bem? Dormiu cedo? Coma bastante. Se cuide. E as mesmas respostas de sempre: Sim. Sim. Sim. Sim. Já passa das 8 horas quando chegamos a Blumenau. Para piorar, o trânsito está um inferno, como sempre. Às 8 e 30 desembarco em frente ao Shopping Neumarkt. Quase correndo, atravesso a Sete de Setembro, passo pelo Teatro Carlos Gomes, atravesso à Rua XV e entro no prédio.

Pronto. Uma nova semana começa. Se bem que a outra sequer teve um final.

Não sei o que irá acontecer amanhã. E isso É MUITO BOM!
"


Nesse momento ocorreu nosso primeiro beijo.

Menos de um mês...

As coisas estão corridas. 24 dias para o casório.
É tanta coisa acontecendo que a ficha nem caiu.

Sair da casa onde você morou desde que nasceu.
Sair debaixo das asas da mãe e morar noutra cidade.

Menos de um mês... Fica difícil até escrever.

quinta-feira, 17 de maio de 2012

Rodeio: Sim, ela existe.

Com uma semana de atraso, a história da primeira vez que fui a Rodeio. Há quatro anos e uma semana... Também extraído do meu antigo blog.

"Una speciale Domenica...

Começo a escrever este texto em um dos laboratórios de informática da UNIASSELVI. Novamente os ônibus do Aterro estavam muito cheios e novamente cheguei atrasado aqui na universidade. Como a matéria da primeira aula - Organização, Sistemas e Métodos - é um saco e ainda posso faltar algumas vezes nela (e só nela), decidi matá-la hoje. Quero contar a história desse meu domingo, quando fui a Rodeio visitar minhas grandes amicis Rose e Tina... Sinceramente, minha memória não está muito boa hoje, mas tentarei escrever algo.

5 e 30 da manhã. O celular desperta. "Dio... o grande dia chegou...". Lá fora, tudo ainda está completamente escuro. Meu estômago começa a arder [sim, a ansiedade continuava...]. Como no dia anterior já tinha deixado minha mochila pronta, vou [tentar] tomar café. Minha mãe prepara duas fatias de pão com margarina e geléia de goiaba. Meu estômago dói, mas consigo comê-las. Ainda bem, pois o dia seria muuuito longo e cansativo. Escovo os dentes, troco de roupa, passo desodorante e perfume e tomo um copo de água. Pego rapidamente minha mochila. Me despeço da mãe desejando um feliz Dia das Mães e falando um "eu te amo" que há muuuuito tempo não falava.

Mesmo sabendo que ainda eram 5 e 55 e que o ônibus sairia do ponto final às 6 horas, desco a rua rapidamente. O céu ainda está escuro. Chego ao ponto de ônibus e sento. Um ônibus, vindo do terminal, pára no outro lado da rua e alguns moleques [razoavelmente bêbados] saltam. Meu ônibus chega. Vou ao último banco do ônibus e sento. Às 6 e 10, chegamos ao Terminal da Fortaleza. Meu ônibus, que ainda não chegou, sai somente às 6 e 30. Aguardo sentado em um dos bancos enquanto vários outros "moleques" chegam em um ônibus vindo do Terminal da PROEB. Estes não estão bêbados, mas, no mínimo, alegres demais. Às 6 e 15, o ônibus da Rodoviária chega. Entro e sento no último banco. Pego meu fone de ouvido e meu celular. Ajeito eles no meu casaco, ligo o rádio e fecho os olhos. Tiro uma soneca e acordo com o barulho do ônibus sendo ligado. Em 5 minutos, chegamos à rodoviária. Sento num dos banquinhos amarelos e espero. Continuo escutando música para ver se o tempo passa mais rapidamente. Às 6 e 50, o ônibus chega. Como ainda faltam 20 minutos para saírmos, vou ao banheiro, jogo um pouco de água no rosto e ajeito o cabelo. Depois de pensar um pouco na vida enquanto me encaro no espelho, saio do banheiro e vou ao ônibus. O motorista confere a passagem e entro. Assento 2, bem na frente. Espero mais um pouco.

7 e 10. O ônibus sai. Chegarei lá no Rio Morto em apenas uma hora. Elas moram próximo à BR, então saltarei a uns 200 metros da casa delas. Ou seja, será uma viagem tranquïla. Que engano o meu... Como a dor no estômago gerada pela ansiedade estava me deixando bem acordado, fecho os olhos e descanso sem medo de pegar no sono e passar do ponto. Passamos pelo Terminal do Aterro e entramos na 470. Várias pessoas, poucas sozinhas e muitas em família, embarcam. Chegamos a Indaial. Quando passamos pela Harpyia, começo a ficar mais atento à estrada, pois eu deveria dar um toque no celular das bambinas quando passasse pelo trevo de Indaial [que até então eu não sabia onde era]. Por volta das 7 e 35, avisto um grande trevo ["Deve ser esse..."] e dou um toque no celular delas. É o aviso para elas saírem de casa e irem ao ponto no lado da BR, pois logo eu deveria [deveriiiia] estar chegando lá. O ônibus não passa reto no trevo e entra em Indaial. Levo um pequeno susto, mas raciocino melhor e concluo que ele irá até a rodoviária e voltará para a BR. É isso o que acontece. Chegando novamente ao trevo, atravessamos a BR e entramos em Timbó. Penso que o ônibus fará a mesma coisa que em Indaial - irá até a rodoviária e voltará para a BR. Mas não é isso o que acontece....

 Roteiro original da viagem.

Na "rodoviária" de Timbó [o que parece qualquer coisa, menos uma rodoviária], uma mulher vestida de forma não muito descente entra no ônibus após ficar pamonhando do lado de fora [ela deu sinal para o motorista quando já estávamos saindo]. O ônibus manobra e começa a sair ... daquele lugar. "Beleza, agora ele vira à direita e volta para a BR". Que nada. Ele vira à esquerda, indo para o Centro de Timbó. "Dio, e agora???... Calma, talvez ele vá até algum próximo ponto e volte". Novamente: que nada. Cada vez mais, subimos no mapa. "OK, o ônibus não voltará para a BR aqui em Timbó, mas deverá fazer isso lá em Rodeio". Como existe uma rodovia que liga o centro de Timbó a Rodeio, concluo que ônibus passará ela, cruzando o Centro de Rodeio e saindo na BR, onde saltarei, voltando alguns quilômetros a pé [sim, a Rose e a Tina moram em Rodeio, mas antes do trevo de Rodeio, ali no Rio Morto, logo depois de Indaial]. Sossego no assento.

"Apesar disso tudo, ainda poderei conhecer boa parte de Rodeio". Na Rua Barão do Rio Branco, passamos próximo à Vila Italiana e pela Prefeitura Municipal. A Rose liga: "Onde tais?". "O ônibus veio por dentro, estou aqui no Centro de Rodeio". "Meeeeus Deus... tens um ponto de referência?". "Hum.. uma casa... casa... mais uma casa... outra casa... não, não tenho qualquer referência só vejo casas... mas o ônibus deve sair na BR, então ando até aí a pé". "Tá, a gente vai indo te encontrar." "OK, beeeijo...". Passamos por uma grande igreja e, logo a frente, começo a avistar o portal de Rodeio. "Beleza... estou quase lá...". Antes do portal existe uma rua que, pela sua direção, vai para Ascurra. E o ônibus entra nessa rua!!! "Agora phodeu... o quanto eu saltar, menos terei que andar de volta". Me levanto e páro ao lado do motorista. "Vai saltar?" [será???? dãr...]. "Sim, pode ser aí na frente, em qualquer lugar, já estou perdido mesmo".

Salto e a Tina me liga. "Onde tais?" "Acabei de saltar do ônibus aqui numa rua aqui antes do portal e que vai para Ascurra". "Noooossa... vamos na nossa irmã para ver se nosso cunhado pode ir pegar você". "OK, sem problemas". Tiro uma água do joelho num matinho ali perto e começo o martírio. Uns 300 metros até chegar ao portal de Rodeio. Logo depois de passar por ele, a Rose liga. Me fala quatro vezes [eu contei] que iria ao cunhado para ver se ele poderia me buscar. Ela me pede para ficar no acostamento da esquerda [provavelmente para me ver de dentro do carro]. OK, atravesso a rodovia e continuo andando. Mais 2 km e chego à 470. Continuo pelo acostamento da esquerda. São muitos os caminhões que passam. Tomo muito vento, fumaça e poeira no rosto. "Vou atravessar... mas tenho que ficar neste lado da rua... ok...". Ando, ando e ando. Observo as plaquinhas de quilometragem para saber quanto eu ainda devo andar. 6... 5... 4 km... Próximo ao final de uma reta, vejo duas pessoas à pé bem longe. "Será que são elas???... Mas parecem tão altas...". Elas atravessam a rodovia. "É, devem ser elas sim... mas essas mulheres parecem ser tão altas...". Já bem próximo delas, não restam mais dúvidas: são elas. Dou um abraço duplo nelas e continuamos a andar. Elas voltando. E eu prosseguindo. Ainda faltam uns 3 km...

Em azul, o percurso que deveria ser feito. Em vermelho, o percurso feito. Em verde, o que tive que andar."

Sim, não consegui concluir mais uma história...

quinta-feira, 12 de abril de 2012

A primeira balada com ela...

Há exatamente quatro anos "saí" pela primeira vez com a Rose. Bom, não foi bem isso... A história MEIO completa está abaixo. Ignorem meu jeito de escrever... eu era meio idiota. Ah, notem que eu não falo praticamente nada sobre nosso "encontro".

"É, faz um bom tempo que não escrevo algo. Como vocês sabem, apenas coisas muito especiais me dão alguma inspiração. Nem o show o Bruno & Marrone me deu suficiente... Mas acho que hoje tenho bons motivos para escrever. Pois o sábado foi, digamos, bem legal. Ontem [ainda era domingo] eu estava com as memórias mais frescas, mas a cabeça estava muito cansada para colocá-las no papel. Estou escrevendo apenas por que algumas pessoas estão me obrigando incentivando a fazer isso. Elas dizem gostar do que escrevo... Vou fazer um esforço, se bem que não será tão difícil assim, pois uma noite como essa não é para se esquecer tão facilmente. Com certeza não.

Ainda é tarde de sábado. Estou no computador fazendo um trabalho da faculdade. Meus pais foram à praia e meu irmão está assistindo TV. Faz algumas semanas que as minhas duas amigas de Rodeio, a Roseli e a A-pa-re-ci-da, estão completamente loucas um pouco ansiosas aguardando a reabertura da Harpyia, em Indaial. Elas me convidam para ir lá também. Pois é, sem carona fica difícil fazer isso. Claro que vontade de ir eu tinha sim. Mais por causa delas mesmo. É, iria ser legal. E também diferente, por encontrá-las num lugar que não fosse a Vila Germânica num show sertanejo [também]. OK, irei. Mas digo a elas que não. Não, na verdade eu não falei isso para elas. Simplesmente disse que a noite seria longa como uma maratona (realmente seria) e que aqui em Blumenau teria um Flashback para ir (sim, teria, mas eu não disse que iria nele...). Ou seja, eu não disse a elas que não iria à Harpyia. Mas realmente dei a entender isso. Bom, vou pregar uma peça nelas. Ha...hahahahaha. Apenas não lembrei de dar uma dessas risadas macabras quando pensei nisso.

Mas, eu ainda tinha um problema para resolver: Como eu iria para Indaial?
Primeira alternativa: Ir com meu amigo Roger. Ele gosta de uma balada e pode pegar o carro do pai emprestado. Então, ainda no sábado, comentei com ele que a Harpyia iria reabrir e tal... Digamos que joguei verde para tentar colher o maduro. Não deu certo. Hehehe... Ele precisava economizar uma grana para o Bali Hai da semana que vem. Então não poderia sair nesse final de semana. Está completamente certo.

Segunda alternativa: Ir de bicicleta. Sim, algo meio “suicida”. Nem foram a distância (uns 22 km) e a rodovia que me deixaram com medo. Como os pneus da minha bicicleta não são lá uma Brastemp, o meu maior receio era que um deles furasse. Aí a distância seria um baita problema sim.

Terceira alternativa: Ir de ônibus. É, vários deles passam por Indaial todo dia. Beleza. Entro no site da Catarinense para verificar os horários. Encontro um que sai de Blumenau às 19 e 25 e chega em Indaial por volta das 19 e 50. OK. É esse. Agora tenho que ver como chegar à Rodoviária. No site do SETERB vejo os horários dos ônibus aqui de Blumenau. Lembrando: tenho que estar na rodoviária pelas 19 e 15 para dar tempo de comprar a passagem. Mas exatamente às 19 e 15 sai um ônibus do Terminal da Fortaleza para a Rodoviária. Então não dá para pegar ele. Óbvio. Antes, apenas às 18 e 15. Isso que ele leva 5 minutos até a Rodoviária. Ou seja, terei que ficar uns 55 minutos lá esperando. Tudo bem. Mas ainda tenho que ver o horário que o ônibus aqui de casa sai para ir ao Terminal (eita nós, ah um carro na minha mão). OK, 18 e 10 sai um daqui. Mas, sem chances. Ele leva uns 10 minutos, no mínimo, até o Terminal. Então tenho que pegar o das 17 e 40. É, ainda terei que esperar um tempinho no Terminal também. Sem problemas.

São 15 e 30, vou tirar uma soneca no sofá. Faz bem né. Agüentar a noite toda acordado não será tão fácil. Meu amigo Roger sempre tira um bom cochilo nas tardes de sábado. Isso deve ajudar ele a pegar todas as garotas bombar nas festas... OK. Coloco o celular para despertar às 17 horas e deito no sofá. Consigo dormir mais ou menos uma hora. E como essa horinha me fez bem. Tomo um bom banho e deixo esquentando um cachorro-quente que minha mãe havia deixado pronto. Meu estômago parece ter encolhido, de tanta ansiedade. “Acho que não vai ser bom...” “Ainda dá para desistir...” “Sair dessa quenturinha aqui de casa?” “Isso é um pouco de loucura...”. Ah, dane-se. É como sempre penso, agora está ruim, mas compensa, pois depois vai ficar bom. Beleza. Termino de comer, escovo os dentes, troco de roupa, passo o desodorante e coloco um perfuminho. Ajeito o cabelo rapidinho, pois estou quase atrasado. Despeço-me do Jonathan e saio. Saindo do portão, lembro que não peguei o passe de ônibus no armário. Volto e saio quase correndo.

Ando os 150 metros até a entrada do Loteamento Santa Rita. Um pessoal está ajeitando a igreja para a polentada que aconteceria no domingo. E o ponto de ônibus está vazio. “Ah, perdi ele...”. Sento, espero um pouco. “Mas ele saiu antes do horário... só pode”. Converso comigo mesmo e vejo uma gostosa moça chegando no ponto. “Ótimo, não perdi não... só se ela também perdeu”. Mas logo desce do morro o azulzinho 603 – Terminal Fortaleza. Ótimo!!! Vamos para a primeira parte da viagem.

Perto de mim, algumas galinhas cacarejam adolescentes falam sobre D’Lay, Caramba’s e Rivage. Mas minha cabeça não consegue prestar muita atenção sobre o que exatamente elas conversam. Ainda estou muito ansioso. “Nem são 6 da tarde e já estou saindo para a “balada”... e o pessoal nem deve ainda estar pensando no esquenta...”. O ônibus chega ao terminal. Vou ao banheiro para terminar de arrumar o cabelo e lavar o rosto para aliviar a tensão. Sento num banco e espero. Vejo a árvore que fica atrás do ponto de táxi cheia de pássaros. E outros vão chegando sem parar. É uma barulheira incrível. Coisa linda! Agora sei por que aquela placa que fica em baixo dá árvore está tão hagada...

O 605 – Rodoviária chega ao Terminal. São 18 e 10. O céu já está bem escuro. Entro, sento e espero um pouco. 18 e 15. O ônibus sai. Segunda parte da viagem. Curtinha. Após quase batermos em um filadaputa algo não identificável na saída da Via Expressa, chegamos à Rodoviária. Rodoviária... É, novamente estou aqui. Lembro das duas viagens à praia que me serviram de inspiração para escrever no final de 2005. Minha época “pura”... Chego ao guichê da Catarinense e digo à atendente (não muito simpática) que vi no site deles o seguinte: ônibus de Blumenau para Indaial às 19h25. Ela diz que essa linha não existe. Então pergunto se há algum outro ônibus que pelo menos passe por lá. Ela diz que não. “OK, Obrigado”. Sento num dos bancos amarelos e olho os guichês das outras empresas [sim Tina, tinha um da Presidente lá]. O que a tansa mulher falou não me convenceu nem um pouco. Parece até que ela não estava querendo vender passagem. Vou ao outro guichê da Catarinense. Uma moça mais simpática (só um pouco) me atende.
Para ela entender exatamente o que preciso, pergunto:

– Tem algum ônibus de vocês que passará por Indaial nesta noite?
Ela abre o sistema e vejo na tela do monitor três linhas preenchidas.
– Temos um que está vindo de Florianópolis e chega às 19 e 25, e outro que está vindo de Curitiba e chega às 19 horas. Mas eles geralmente chegam meia hora atrasados.
– Eles passam aqui na Rodoviária?
– Sim, sim.
– Beleza, pode ser qualquer um.
– OK, vou te colocar no que vem Curitiba.
A moça está fazendo os registros. Ótimo!!! Em Indaial já “estou”. Ela entrega o bilhete.
– São 4 reais e 50 centavos.
– Hum... baratinho...
– Ó (mostrando a parte de baixo do bilhete), no ônibus estará escrito Balneário Camboriú – Lages.
– OK, obrigado.

Vou novamente ao banheiro para lavar o rosto e olhar o cabelo. Ainda tenho uns 40 minutos para gastar. Já que deu para comer apenas um cachorro-quente antes de sair de casa, compro um Pingo de Ouro na lanchonete. Sento em um dos banquinhos e assisto a TV. Uma chaminé moça ao meu lado lê uma revista de moda enquanto fuma. É, que moda... Esvazio rapidamente o pacote e saio dali antes que meus pulmões adoeçam e eu me torne um viciado. Compro um Trident Splash para tirar o gosto salgado da boca. Sento em outro banco. Uma bela morena senta perto de mim. Ela também abre uma revista de moda. Uma reportagem trazia como título algo como: “Meu cachorro foi meu buquê de casamento”. Sóóóóó... Como não é meu casamento, dane-se. Mas se minha noiva vier com essa idéia... Olha...

O ônibus que vem Florianópolis chega. O de Curitiba também. Às 19 e 25, ambos saem. E nada do meu de Balneário Camboriú. “É, deve estar atrasado apenas...”. 19 e 30... 19 e 40... Às 19 e 50 chega o bendito. Chego junto no motorista e pergunto a ele se o ônibus está apenas atrasado ou meu bilhete está errado, pois marca o horário de 19 e 25.

Ele se vira para o carinha da fiscalização e fala:
– Aqui em cima está certo, Blumenau x Indaial. Mas como essas gurias dos guichês colocam a linha errada aqui em baixo. O horário não é esse.
O carinha retruca, virando para mim:
– Mas às 19 e 25 tinha sim dois ônibus aqui que passavam em Indaial.
– Veja bem, neles não estava escrito “Balneário Camboriú x Lages”, como está aqui no bilhete.
– Como fazemos agora? Ele pode ir nesse? – O motorista tenta resolver.
– Sim, sim. Pode.
– Ufa!!! – fico aliviado.
– Mas esse apenas não passa no Centro de Indaial, apenas pára no trevo.
– OK, é por ali mesmo que preciso descer – acho que sim né...

Entro no ônibus. Um pessoal que parece bem cansado já está dormindo. Procuro o assento 9, junto à janela e sento. Relaxo e fecho os olhos por um instante. “Inspira, expira. Inspira, expira. Inspira, expira”. Estou mais calmo. Às 20 horas o motorista fecha a porta da cabine e dá partida no ônibus. Vamos lá. Terceira parte da viagem. Uns 25 minutos até chegar em Indaial. Passamos pela Dois de Setembro e pela Udo Deeke e chegamos à BR-470. Sempre atento, olho para fora da janela tentando reconhecer algo. Apenas sei que a rua da Harpyia fica logo antes de um grande ribeirão. Já estamos numa área meio deserta entre Blumenau e Indaial. “OK, já devemos estar chegando”. O celular vibra no bolso. ”Só pode ser a mãe...”. E não dá outra:

– Alô mãe.
– O telefone lá de casa não atende?
– É que não tem ninguém em casa.
– Como assim?
– Estou indo para Indaial na reabertura da Harpyia e o Jonathan foi jogar sinuca com os colegas dele.
– Tais indo com quem?
– Com o Roger – Ai ai ai...
– Assim cedo?
– É, é que passei na casa dele antes – Nossa, que mentiroso...
– Boa noite então. Se cuida lá. Fica com os anjos – e blá blá blá, blá blá blá (hehehe... tadinha)
– Boa noite mãe. Beijo.

Ah, menti sim para minha mãe. Mas foi por uma boa causa. Tenho certeza que ela ficaria preocupada e passaria a noite acordada se soubesse para onde (e como) eu tinha ido. Mas em casa contei para ela toda a verdade, claro. Aí já não tinha como ela se preocupar, né. Beleza, devo estar perdoado.

Volto a olhar atentamente para fora da janela. Passamos por uma ponte sobre o que parece ser um grande ribeirão. “Opa! Acho que é aqui”. Olho para o que vem a frente do ônibus e vejo um trevo a uns 250 metros. “Opa! É aqui sim!”. Antes disso uma moça sentada primeiro banco dá uma batidinha na porta da cabine. Espero o ônibus parar. Dou um “valeu” para o motorista e desembarco.

“Certo. Agora tenho que voltar e entrar na primeira rua à esquerda após a ponte”. Antes mesmo de começar a andar vejo um grande feixe de luz no céu mais ou menos do lugar aonde eu iria. “Fechou. É lá!”. Ando por uns 5 minutos e chego à ponte. “OK, primeira à esquerda...”. Dois carinhas meio malacos estão sentados na esquina. Procuro a placa de identificação da rua. “Hum... Aqui... Três Corações... Isso!”. Faço uma manobra um pouco brusca virando o corpo à esquerda e sinto os malacos olhando para mim. Passo por eles rapidinho. “Fiquem aí, fiquem aí...”. Eles ficam. Sorte deles. Agora já posso ver no topo de um morro o equipamento que lançava o tal feixe de luz. “Hum... é aqui...”. Vou até a entrada. Fechado. Certo, ainda são oito e meia. Em uma casa ali perto rola um “esquenta”. Estão tocando uns bate-estacas básicos. No último volume.

Estou com sede. Encontro um bar no outro lado da rua. Entro. Uma música bem ao estilo flashback toca. Bem alto. “Esse povo de Indaial tem problemas de audição???”. Vou ao balcão. Não tem ninguém do outro lado. Apóio os braços um pouco cansados. Um loiro sentado ao lado fala algo que não consigo entender (graças à música alta). A safada morena que está meio abraçada com ele também fala algo. Também não entendo nada. Apenas balanço a cabeça, cumprimentando. “Acho que eles deram oi”. Fico meio boiando e ouço a loira falar: “Pode pedir”. “Ahhh, você é a dona aqui??? ... Olha só aonde vim parar”, penso (claro né, imagina se eu falo um negócio desse... é morte na certa). “Tens água mineral? Com gás?”, pergunto. É, água mineral...? E com gás...? Ali...? Realmente é melhor perguntar. A loira chama: “Paulinhaaaa”. Parece que a puta moça está na “sala” ao lado dando para dançando com alguns caras. A Paulinha não vem. Novamente: “Paulinhaaaaaaaa”. Deve estar bom, pois a Paulinha não aparece. Então, a loira tira o rabo se levanta da cadeira e vai para o lado de trás do balcão. Abre a geladeira e pergunta: “Água?”. “Sim, água”. “Com gás né?”. “É, com gás”. “Deves estar fumada né?”, penso, enquanto ela entrega a garrafinha. Pego um canudinho, recebo o troco e vou embora.

Atravesso novamente a rua. Alguns seguranças estão na entrada da Harpyia. Confirmo com ele que os portões abrem somente às 9 horas. Encosto no muro. Mais uns 20 minutos de espera. “Eu que não curto essas coisas chego aqui na reabertura da Harpyia às 8 e meia e sou o primeiro da fila”. Devem achar que sou um desses baladeiros que não perdem nenhuma festa. Uma senhora coloca alguns cavaletes na entrada do terreno da sua casa, provavelmente para evitar que estacionem algum carro ali. E nada de os portões abrirem. Várias pessoas passam de carro, diminuem a velocidade, olham para a entrada e tocam em frente. Uma moto com dois homens pára perto de mim e pergunta às duas garotas que festa vai rolar ali. Elas falam que é a reabertura e Harpyia e tal. Eles dizem que “esse lugar é palha”. Enquanto colocam o capacete, o cara que vai atrás praticamente devora uma das gurias com os olhos, de cima a baixo, dando um sorriso bem safado. Eles vão embora. “É, vazem”.

Finalmente os portões se abrem. Subo na frente, puxando a “fila”, que tinha umas cinco pessoas. Morrinho tranqüilo. Quando chego lá em cima, os outros ainda estão fazendo a última curva. Confirmo com os manobristas onde é a portaria. Lá, pergunto ao segurança que horas abre a bilheteria e a entrada. “9 e 30, e vocês podem começar a fazer a fila ali em baixo”. Desço e espero em pé começo da rampa. Fico admirando o lugar e um pessoal começa a chegar. Os caras atrás de mim reclamam da hora. “Mas falaram que iria abrir às 9”. O segurança desce e os caras perguntam para ele que horas, afinal, vão deixar o pessoal entrar. Ele diz que depende do “OK do chefão”. Uma fumaça começa a sair não sei de onde. Ela começa a tomar conta de toda a parte de trás do prédio e do estacionamento. “Iiiii, pegou fogo de novo!!! Fuja louco!!!”. Pfff... Ainda não sei do que era aquela fumaça. O segurança pede que sejam feitas duas filas para entrar. Uma de homens e outra de mulheres. Ele se confunde todo com os lados. Depois de finalmente decidir qual o lado de quem, formamos as filas. “E aí? Já sabes que horas abre?”, o cara atrás de mim pergunta ao segurança. “Calma, falta o OK do chefão”. Esse chefão...

Depois de uns 10 minutos, já com uma quantidade razoável de pessoas na fila, os seguranças liberam a bilheteira. Claro, após o “OK do chefão” né. Subo a rampa. “Quem não tem ingresso, compra ali na bilheteria; quem tem, faz uma fila ao lado”, diz o segurança. Dois rapazes e uma garota, provavelmente amigos do chefão, já formam uma fila. Eu, que não sou amigo de ninguém ali, muito menos do chefão, vou à bilheteria para comprar o ingresso. “São 15 reais”, diz a gostosinha com cara de filhinha do chefão e que anda arrumadinha mas deve ser uma baita duma safadinha atendente. “Putz, mais (menos né) 15 pila... mas vale a pena”, penso. Pego o ingresso e vou para a fila. Novamente tenho que esperar. Dois caras do juizado de menores chegam. Conhecidos dos seguranças, eles riem mais do que trabalham. Agora, é tanta gente chegando que é como se tivessem aberto as barragens lá de Benedito Novo. É uma onda gigante de pessoas vindo. A área coberta enche. O pessoal já está no gramado. Os seguranças andam para lá e para cá, provavelmente aguardando o “OK final do chefão”, que deve estar muito ocupado comendo alguma garota em seu escritório ajeitando os detalhes finais da festa.

Já são quase 10 e 30 quando, finalmente, deixam o pessoal entrar. Já deixo o RG bem à mostra, pois sei que vão pedi-lo né. Que nada. Um segurança já coloca a fitinha no meu pulso. Então sigo para a revista. O carinha pede para eu levantar os braços. Peço para ele esperar eu tirar “algumas” coisas dos bolsos. Celular, chave de casa, carteira... O segurança começa a rir. “Chega, chega, está bom”. “Mas tem a câmera ainda”. “Está bom, está bom”. Então ele faz a revista e ignora a grande saliência no bolso direito da minha calça, provavelmente porque eu já tinha falado que era a câmera. No final da revista ele bate em outra grande saliência [...], que também ignora.

Entro, bóio um pouco e fico parado por alguns segundos na salinha de entrada. Vou à pista principal, que ainda está vazia, e dou uma olhada geral no lugar. “Maaaassa...”. Fico ali por alguns minutos, encostado no guarda-corpo do mezanino. “O que fazer??? Esperar né...”. Desço, passo pelo restaurante e vou até a pagodeira, onde o grupo já começou a tocar. Sento numa cadeira e fico curtindo a música. São 11 horas. “Ainda vou ficar aqui umas 6 horas”. O tempo passa e fico indo e vindo entre a pagodeira e a pista principal. Já deve ser meia-noite, e o pessoal já é bem razoável. Estou sentado lá fora quando vejo uma movimentação de mulheres na porta do restaurante. Normal. Até que vejo uma pessoinha que se “destaca” no meio delas por sua [falta de] altura. “Hum... esse tamanho... e esse cabelo... esse cabelo... Sim! É a Roseli!”. Penso ainda ser um pouco cedo para ir falar com ela. “Deixa ela curtir mais a noite”. Não vejo a Tina com ela. Estranho. “Será que ela não veio? Claro que ela veio. Mas, e então?... Sim, talvez tenha ficado escondida no meio das outras gurias. É, deve ser isso”. [É, suas amigas que são altas demais né... Aham...].

Continua...

O melhor da noite ainda está por vir..."


Não sei porque, mas antes mesmo de gostar dela - o que foi começar a acontecer algumas semanas depois, eu tinha muitas dificuldades para falar sobre ela. Bom, mas vou tentar - depois de quatro anos - completar a história daquela noite... Acho que foi mais ou menos o seguinte:

Depois que encontrei a Rose no meio do pessoal, fui ao encontro dela. Ela se espantou com a minha presença. Então fomos dar uma volta. Primeiro dançamos um pouco num deck onde tocavam pagode e depois ficamos um tempão sentados na calçada do estacionamento conversando. O pessoal passava por nós e pegava no meu pé: "Fica com ela"... "Vai, cara"... e não sei o que...

Mas eu não tinha vontade. Eu ainda não "gostava" dela. Mas acredito que naquela noite uma sementinha se plantou no meu coração (que coisa para boiola). E agora me pergunto: Será que ela já gostava um pouquinho de mim? Não sei. Nunca perguntei. Pois é, tenho que perguntar.

E para você que leu a primeira parte da história: Eu não lembro como voltei para casa. Acredito que tenha esperado por algum ônibus intermunicipal até o começo da manhã do domingo. É, eu era meio fora.

terça-feira, 13 de março de 2012

4 anos

Extraído do meu antigo blog. 


07 de Março de 2008. Vila Germânica. Show do Victor e Léo.

"... às 18 horas saio do trabalho e vou direto para a Vila. Como eu já imaginava, existem pessoas doidas o suficiente para ir mais cedo do que eu para um show. E umas 25 já estão lá na fila. Pois bem, vamos esperar e não tomar uma gota de água sequer para não precisar sair do lugar e perder ele.

Mas até que o tempo não demora muito para passar. Graças, em grande parte, à primeira das quatro pessoas que conheci nessa noite, o Lucas, mais conhecido como Taió, com sua insaciável vontade de falar. Não é por nada que ele será candidato a prefeito de Taió em 2016. É, ele se acha (só de brincadeira) por ter estudado com a Bruna do BBB7; joga charme para as mulheres; pega um pouco no meu pé; tenta comprar umas cervejas por valor menor, ou até ganhá-las; e canta Azul, do Guilherme e Santiago, umas 15 vezes ("Qual a cor da sua camisa?" "Azul" "Ahhh, e esse amor é azul..."). Valeu cara, fizesse com que o tempo parecesse ter voado e nos deixasse muito mais alegres... 

Beleza, e finalmente se abrem os portões. Sou o 4° na fila de homens. Aí lembro que os seguranças me revistariam. E eu vinha do trabalho, e meu penal estava na mochila. E dentro do penal, que tal, um estilete e duas tesouras - uma quase maior que o próprio penal. Todas, coisas que uso no trabalho, mas de qualquer forma não deixam de ser um estilete e duas tesouras. "O bicho vai pegar", penso. Chega a minha vez, e o segurança já fala que terá que revistar a mochila. A entrego para ele e viro o rosto. Torço para que ele não abra o penal. Claro, eu não utilizaria aquelas "armas" lá dentro, mas acho que o segurança poderia me chutar para fora do pavilhão, ou chamar a Polícia, ou me dar uma coça (sei lá, na hora a gente pensa um monte de coisas). Pois é, não dá nem dois segundos e olho novamente para o segurança, e ele já está com o penal aberto e a tesourona na mão. "Fu***, e como esse cara pode ser tão rápido...??". Ele diz que não eu não poderia entrar com aquilo. Eu digo a ele que tinha vindo do trabalho e que, de qualquer forma, deixaria a mochila no guarda-volumes. Ele pergunta algo ao seu chefe, que olha pra mim e me reprime: "Como você traz algo assim para cá?". Eu novamente digo que tinha vindo direto do trabalho. Ele sai e resmunga algo como "mas... mhan... e daí...". É, eu deveria ter dito que sou culpado por gostar tanto dos caras que estavam pagando o salário deles daquela noite, aí vim direto do trabalho para vê-los cantar. Mas é o trabalho deles, entendo perfeitamente. E eu deveria ter lembrado de tirar essas coisas no penal lá no trabalho... Então fui com o segurança lá no guarda-volumes, e ele falou para a moça que as "armas" somente poderiam ser entregues no final do show. "Beleza, desde que não percam. Pois são do meu trabalho...". Ainda quase esqueço de tirar a câmera digital da mochila no guarda-volumes. 

Pois bem, estou livre. Mas as 25 pessoas que estavam na fila quando cheguei se tornaram umas 100 já lá na frente do palco e mais umas 50 na fila da pulserinha. Tudo bem, ainda ficarei bem perto do palco. Mas é cabreiro ver na sua frente uns caras que chegaram lá pelas 22 horas, tendo você chegado às 18 e 30. Tudo bem, sou mais ou menos alto e na minha frente quase só tem mulheres, que, na teoria (e geralmente na prática), são mais baixas do que os homens. Pois é, mas, e atrás de mim? Também devem estar várias mulheres, que também são mais baixas. Xiii... complicado né. Aí que conheço outras duas pessoas... 

Atrás de mim estão três gurias de estilo meio punk-emo. Me parece que elas vieram juntas. "Mas o que elas fazem aqui num show sertanejo?". Exatamente atrás de mim, a princípio parece que não tem ninguém. Eu viro a cabeça um pouco mais do que o normal para conferir, pois a área em minha volta já está toda cheia, então um lugar vazio é meio estranho. Então vejo que ali uma guria baixinha, e que era igual a uma daquelas outras três. É, gêmeas né. E baixas. Então, fico matutando, "ficarei o show inteiro com uma pessoa atrás de mim que não vai ver me*** nenhuma por minha "culpa"". Claro, não era culpa minha, mas eu poderia fazer algo para mudar a situação, a oportunidade para fazer a "bondade do dia". "OK, troco de lugar com ela". Mas, como vou falar com uma pessoa que não conheço (muito bem). Além disso, ela é uma... guria! Uma coisa simples como essa ainda é bem difícil para mim. Timidez e falta de auto-confiança. Mas estou melhorando, tanto que: "oi, tais vendo algo aí?" "não" "quer trocar de lugar comigo?" "quero". Ela ficou contente. Aí, depois de ele entender como a câmera digital funcionava, o Taió tirou uma foto minha e da irmã da moça que estava atrás de mim, que agora estava ao meu lado. E eu fiquei ali atrás e o Taió com algumas outras gurias mais para a frente. Ele "se foi". 

Como eu disse, as duas gurias pareciam ser meio punk-emos. E como que o Taió tinha ajudado a quebrar o gelo com elas, ficou mais fácil para mim puxar um papo. "Hum... vocês não parecem ter jeito de gostar disso aqui..." "Por que?" "Você parecem meio.... punks" "Hehe, é o segundo que nos pergunta isso, mas não somos não" "Ah bom... mas acho que vocês vieram com aquelas ali né? (apontando para as outras duas gurias, que, essas sim, pareciam e eu tinha certeza serem punks)" "Não, não..." "Ah bom...". Beleza, sequer o show do grupo "RHASS" (obrigado Google), que vinha antes do show do Victor & Léo, havia começado. Tínhamos muito tempo para conversar. Eu tinha ido com a cara delas e não gostaria de ficar mais um hora e pouco em pé, desta vez, sem fazer nada. Pois bem, descobri que elas são de Rodeio, tem 1,49 e 1,51 metros, adoram dançar música gaúcha e ouvir música sertaneja. Uma adora o Bruno & Marrone, a outra o Edson & Hudson, as duas o Hugo & Tiago. Ambas odeiam rock. Não tem como ser melhor. Não gostar de César Menotti & Fabiano é somente um detalhe. 

Pois é, até agora não sei o nome delas. A que estava atrás de mim quando chegamos pergunta o meu. Depois, então, eu pergunto o delas. Roseli e Aparecida, ou Tina. Prefiro Aparecida. [ver observação no fim do post] 

E o show começa, com Fada. Parece não haver uma pessoa sequer que não esteja cantando. Sinto Falta de Você, Amigo Apaixonado, Telefone Mudo, Meu Eu em Você. O suor escorre abundantemente pelo meu rosto e pela minha camisa. Quem de Nós Dois, O Granfino e o Caipira, Vida Boa, Fotos. Ah, mas já está chegando no final, como esse tempo passa rápido. O Léo desce do palco e vai junto ao pessoal enconstado na grade. Pela galera que amontoou, achei que as grades, os seguranças e a própria galera iriam pro chão. Que confusão. Mas nada de ruim acontece. O show termina. Não há nenhum "mais um, mais um, mais um..." do público. Estranho. Acho que o pessoal já estava bem cansado. Mas como qualquer cantor sabe, o normal é o público pedir bis, sendo essa reaparição após o encerramento já de praxe, devendo até já fazer parte do planejamento do show. Então, os dois aparecem do nada, após termos (nós três) andado já uma boa distância. Voltamos, para dar os últimos pulos e berros. Agora é o Victor que desde junto ao público. E, agora sim, o show termina. 

Vamos embora. O chão está "forrado" de latas de cerveja. Claro, com o calor que fazia o pessoal teve que abusar. E persiste a lenda de que o ar condicionado do pavilhão queima quando há show lá. Me despeço das duas e vou embora. E nem agradeci a elas pela companhia. 

Do celular, ligo para casa para o pai vir me buscar. Sem créditos. Ligo a cobrar. "Este telefone está programado para não aceitar esse tipo de ligação". Carai. Vou andando até a FURB e no caminho decidirei o que fazer. Talvez eu peça um celular emprestado para alguém. Decido fazer isso na portaria da FURB. O guarda, ao ver me aproximando, já coloca a mão para dentro da guarita. Ouço o barulho de rádio-comunicador. Deixou a linha aberta para o caso de eu tentar assaltá-lo ou outra coisa. Também deve ter colocado a mão próxima de algum botão de pânico. Dou boa noite e pergunto a ele se tem algum telefone para que eu possa ligar para casa, pois fiquei sem créditos e o telefone de casa não aceita ligações a cobrar. Ela diz que não. Insisto, dizendo que sequer é necessário que a pessoa lá em casa atenda o telefone. Eu queria apenas "passar um sinal". Novamente ele diz que não. Então agradeço e vou embora. 

E agora? Não há uma alma na rua, apenas poucos carros. Ponto de táxi somente já na Fortaleza. Então é isso. Vamos até lá, aí ligo do táxi e meu pai me pega lá. Não será a primeira vez que atravesso a Via Expressa às escuras. Apenas ocorre de que nas outras vezes eu estava com as pernas mais inteiras, assim eu andava mais rápido. Mas vamos. Subo a ponte e a atravesso. À direita está a Rodoviária. "Hum, lá tem táxi também. Mas, e se não quiserem emprestar o telefone? Terei que voltar tudo isso aqui!" Vamos pela Via Expressa então. Sem medo. Não irá acontecer nada de mau. 

Mal faço a primeira curva, um Uno pára a frente. "Será que é comigo?". Um cara desce e vai na beiradinha do mato. Depois vem na minha direção me chamando. Falou três vezes "brother". Pensei que já estava tirando com a minha. Acho que ele já estava bêbado e meio fumado. Então me cumprimenta, se apresenta como Marcelo, e oferece uma caipirinha que estava tomando (pois é, agora pensei: ele tinha a caipirinha numa mão e a outra, que ele usou ali no mato, não teve como lavar. Ahhhh!!!). Ele diz que já passou pelo que eu estava passando, que muitas vezes já atravessou a Via Expressa à noite, à pé e de bicicleta, e que sabe o quando é complicado. Então, oferece uma carona. O meu senso de confiar nas pessoas, apesar de tantas coisas que vemos por aí, me faz aceitar a carona. Ele também pareceu ser um cara sincero enquanto falava comigo. Entro no carro e o Marcelo para o motorista, Bubi: "toca pro motel". Eu: "nem vem com essa..." Ele se cala. Depois pergunto para onde eles vão, para saber até onde terei carona. Eles dizem que vão para o Libidus (motel). Eu até pensava que fosse verdade. Claro, aí eles me deixariam em algum outro lugar. O Marcelo diz que é brincadeira, pois que estão indo para casa. Dois ali na Fortaleza mesmo e outro (o motorista) lá para cima na 470. Ele teria que passar pelo trevo da Dudalina, então me deixa ali. 

Pois é, ai se minha mãe sabe que fiz isso. Ela tem razão, seqüestros e outras coisas que acontecem por aí. Mas sei que ainda existe gente boa nesse mundo, que tem apenas boas intenções. Às vezes temos que arriscar. É o destino. Se é para acontecer, é vai acontecer. E se eu tivesse decidido em ia à Rodoviária, nem teria conseguido a carona e, dependendo da boa vontade dos taxistas, aidna teria uma boa distância para percorrer a pé novamente. 

Tenho mais 1 km para chegar em casa. Apenas 1 km dentre os mais ou menos 4 que eu andaria até o posto de táxi ou os 8 que eu andaria se o táxi não estivesse no ponto ou taxista não emprestasse o celular. Pois bem, mais 15 minutos e chego em casa. Meu pai está acordado, apesar de eu dizer a ele no dia anterior que ligaria quando saísse do show, para que ele pudesse ficar dormindo. 

4 horas, um belo banho, um grande copo de água e cama!!! Acordei às 8 horas e agora (2 horas) estou quase desabando em cima do teclado. Também quero acordar cedo amanhã (hoje) para ir a um encontro de animação japonesa no colégio Barão. 

É, muito obrigado aos meus novos colegas. Como está tarde, não consigo mais bolar qualquer frase. Mas ainda falarei com vocês...

E boa noite." 

Eu e Rose. Fotografia de Lucas Fach. Coisas do destino.

Observação: A "Aparecida" não tem esse nome. Na verdade, é Rosemi. Como não gosta muito desse nome, falou para mim que era "parecido" com o da Roseli. Como tinha muito barulho, entendi errado...

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2012

Cinco meses...

Opa, hoje passei no Ateliê do Papel e peguei os convites.
Show de bola. Agora é começar a planejar as entregas.
Blumenau, Gaspar, Rodeio, Timbó, Rio do Sul e Curitiba...

O mapa para o pessoal daqui chegar na igreja tá feito:


Bem, nessa semana (em plena terça de Carnaval) fechamos negócio
com a cerimonialista e escolhemos as toalhas das mesas com a Izza.

Agora é ir atrás dos trajes do pajem e das daminhas.

E ainda faltam cinco meses...

Maurício.

sábado, 14 de janeiro de 2012

Atualização urgente

A noiva escolheu o vestido hoje. E na primeira loja onde foi!
Ainda não estou acreditando nisso. Valeu, Cantinho das Noivas!

Agora, vamos dar uma volta para começar a ver as alianças...

Maurício, o noivo.

E o único que atualiza isso aqui.